Na primeira parte
desta reflexão foi apresentada a teoria do “Espírito da Empresa” e três
exemplos do mesmo. Os exemplos foram colocados em escala, iniciando por um tipo
não muito saudável¹ e dois outros que eu classificaria como intermediários, e
bastante promissores.
Dando
continuidade, primeiro quero retornar ao Restaurante Japonês: Visitamos a casa
pela primeira vez em 2007, época na qual eles mantinham uma filial no Tatuapé.
Cuidado no preparo dos pratos, atenção e cortesia foram marcantes. Na época eu
levava marmita para o trabalho e nosso Vale Refeição era destinado a conhecer
novos restaurantes. Depois de correr quase todos do Tatuapé, Carrão e Belém, além
de alguns de Santana e Itaquera, a conclusão foi uma só - Não ir àquele
restaurante era desperdício de tempo e dinheiro. Ratifico minha recomendação.
Você não precisa citar meu nome para ter o melhor atendimento possível, incluindo
visitas de um dos sócios para verificar se está tudo bem em sua mesa e para uma
conversa cordial. Na ausência deles os funcionários não deixam por menos (como
eu disse, o espírito atravessa todos os níveis).
Para encerrar, o
Colégio Alfa Ômega (Artur Alvim), o qual não deveria nem ser enumerado como
emprego. É uma casa. Não sei se lá eu trabalhei ou estudei, pois aprendi
demais. Se tivesse poder de escolha estaria lá até hoje. Trabalharia de graça,
se necessário. Mas há responsabilidades que transcendem minhas vontades
pessoais. Lá o Espírito da Empresa é tão profundo que não se pode distinguir
entre direção, funcionários e "clientes"².
Nunca antes eu vi
tão profunda sinergia, tanto esforço conjunto por um ideal comum: a formação
dos alunos com excelência. Cada professor que eu encontrava no café (preparado
com muito carinho, diga-se) transbordava entusiasmo pelo ensino, amor por
aqueles alunos. Cada aluno devolvia com esforço (uns mais e outros menos, é
claro. São crianças) e reconhecimento. A direção abandonava completamente o
conceito de chefia, estava a serviço dos discentes e docentes. Sei que
lamentarei por toda a vida não ter meios de matricular meu filho ali.
Quando o
"Espírito da Empresa" se inclina à excelência, como é o caso do Alfa
Ômega, os frutos não tardam. Sendo uma escola muito jovem, só havia formado
dois "terceiros anos" enquanto estive lá. Teve aprovados na Fuvest
nos dois. Formandos do nono ano não param de ingressar em cursos técnicos
públicos. Há desvios? Sim. Vi professores não tão excelentes assim. Saíram
rapidamente. Vi alunos trazendo vícios de comportamento adquiridos em outras
instituições; melhoraram (uns, infelizmente, saíram).
O "Espírito
da Empresa" é uma manifestação mais complexa do espírito de amizade, já
que as relações profissionais são bem mais frágeis e bem mais complicadas que
as pessoais, mas o gérmen é o mesmo: seleção, manutenção e aprimoramento com
base em valores e afinidades.
Continuemos
observando. Há algo para aprender com este espírito e muito para ensinar-lhe.
Notas:
1. Seja para os colaboradores e clientes, seja para os resultados em longo prazo.
2. Coloquei este termo no lugar de "alunos" apenas para manter a coerência interna da reflexão, mas com certeza os alunos sempre foram muito mais que simples clientes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário