sexta-feira, 20 de maio de 2016

O Espírito da Empresa! – Parte 2

Na primeira parte desta reflexão foi apresentada a teoria do “Espírito da Empresa” e três exemplos do mesmo. Os exemplos foram colocados em escala, iniciando por um tipo não muito saudável¹ e dois outros que eu classificaria como intermediários, e bastante promissores.

Dando continuidade, primeiro quero retornar ao Restaurante Japonês: Visitamos a casa pela primeira vez em 2007, época na qual eles mantinham uma filial no Tatuapé. Cuidado no preparo dos pratos, atenção e cortesia foram marcantes. Na época eu levava marmita para o trabalho e nosso Vale Refeição era destinado a conhecer novos restaurantes. Depois de correr quase todos do Tatuapé, Carrão e Belém, além de alguns de Santana e Itaquera, a conclusão foi uma só - Não ir àquele restaurante era desperdício de tempo e dinheiro. Ratifico minha recomendação. Você não precisa citar meu nome para ter o melhor atendimento possível, incluindo visitas de um dos sócios para verificar se está tudo bem em sua mesa e para uma conversa cordial. Na ausência deles os funcionários não deixam por menos (como eu disse, o espírito atravessa todos os níveis).
Para encerrar, o Colégio Alfa Ômega (Artur Alvim), o qual não deveria nem ser enumerado como emprego. É uma casa. Não sei se lá eu trabalhei ou estudei, pois aprendi demais. Se tivesse poder de escolha estaria lá até hoje. Trabalharia de graça, se necessário. Mas há responsabilidades que transcendem minhas vontades pessoais. Lá o Espírito da Empresa é tão profundo que não se pode distinguir entre direção, funcionários e "clientes"².
Nunca antes eu vi tão profunda sinergia, tanto esforço conjunto por um ideal comum: a formação dos alunos com excelência. Cada professor que eu encontrava no café (preparado com muito carinho, diga-se) transbordava entusiasmo pelo ensino, amor por aqueles alunos. Cada aluno devolvia com esforço (uns mais e outros menos, é claro. São crianças) e reconhecimento. A direção abandonava completamente o conceito de chefia, estava a serviço dos discentes e docentes. Sei que lamentarei por toda a vida não ter meios de matricular meu filho ali.
Quando o "Espírito da Empresa" se inclina à excelência, como é o caso do Alfa Ômega, os frutos não tardam. Sendo uma escola muito jovem, só havia formado dois "terceiros anos" enquanto estive lá. Teve aprovados na Fuvest nos dois. Formandos do nono ano não param de ingressar em cursos técnicos públicos. Há desvios? Sim. Vi professores não tão excelentes assim. Saíram rapidamente. Vi alunos trazendo vícios de comportamento adquiridos em outras instituições; melhoraram (uns, infelizmente, saíram).
O "Espírito da Empresa" é uma manifestação mais complexa do espírito de amizade, já que as relações profissionais são bem mais frágeis e bem mais complicadas que as pessoais, mas o gérmen é o mesmo: seleção, manutenção e aprimoramento com base em valores e afinidades.
Continuemos observando. Há algo para aprender com este espírito e muito para ensinar-lhe.
       
Notas:
1. Seja para os colaboradores e clientes, seja para os resultados em longo prazo.
2. Coloquei este termo no lugar de "alunos" apenas para manter a coerência interna da reflexão, mas com certeza os alunos sempre foram muito mais que simples clientes.

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